Essa semana eu começo participando da 1ª Blogagem Coletiva Brie com goiabada da querida Fabiola. A brincadeira consiste em fazermos um post sobre uma refeição em família ou algum alimento em especial de quando era criança. Juntei o Natal como minha lembrança de criança, que foi muito importante em minha vida.
Fabiola querida, espero que goste. Obrigada.
O Natal é para mim, a festa
em família mais gostosa que há. Nas minhas memórias de infância há uma
avalanche de bons sentimentos e lembranças. Guardo com muito carinho, as
memórias dos Natais que sempre passei. Um sentimento nostálgico e
único. Uma saudade gostosa, de tempos felizes passados com minha
família. Lembro que 15 dias antes, eu já ficava ansiosa, perturbando
mamãe, para montarmos a árvore e o presépio. Era um momento mágico.
Adorava o menino Jesus, José e Maria, os três Reis Magos, as ovelhinhas,
a vaquinha, o burrinho. Ficava encantada com a beleza que o presépio representava
para mim quando criança. Meus olhos brilhavam cada vez que a árvore,
antes tão sem graça, começava a ficar colorida, com as bolas que
antigamente pareciam feitas de casca de ovo, de tão fininhas, mamãe
sempre dizia para ter cuidado pois se caísse, quebrava. E o algodão
imitando os flocos de neve? Que linda ficava! Como filha única, quem
sempre montava a árvore era eu e mamãe. E como eu esperava o ano passar
para chegar a data tão ansiada. Como o ano demorava a passar! E no
entanto, hoje passa tão rápido. Nossos Natais eram tão singelos, tão
repletos de amor, e magia.
Eu
sonhava com a chegada do Papai Noel. Mamãe dizia que ele entrava pela
chaminé para trazer os presentes, e eu nem percebia que não tínhamos
chaminé. Nem pensava nisso, só pensava na chegada de Papai Noel.
Nas
manhãs da véspera de Natal, eu pulava da cama. Mamãe começava os
preparativos da ceia, colocando o pernil já temperado por ela no dia
anterior, lembro que eu acordava sentindo o aroma de pernil assando
invadindo nossa casa. Era cheiro de Natal, de alegria, de presentes,
risadas, e principalmente era a noite que meu pai estaria conosco na
hora da ceia. Isso me enchia o coração de alegria, pois papai era
garçom, trabalhava em um clube inglês em São Paulo, saia cedinho, eu
ainda dormia, e quando chegava em casa, eu já estava dormindo, raros
eram os dias que nos reuníamos para almoçarmos ou jantarmos
juntos, pois frequentemente meu pai era escalado para trabalhar nos
finais de semana, e a folga dele era nas segundas-feiras, dia em que o
Clube ficava fechado. Eu ia para a escola, voltava na hora do almoço, e
as vezes papai almoçava conosco, e muitas vezes não, pois ele resolvia
seus problemas, suas coisas, no dia da sua folga. Embora quase não nos
víamos, pois papai trabalhava muito para pagar a casa que comprara, ele sempre foi muito presente nas horas que dava, e nessas horas dedicava
toda sua atenção para comigo, era um pai maravilhoso, um homem digno e
honesto.
Nas vésperas de
Natal ele sempre pegava folga e passava o dia conosco, meu Natal já era
feliz só pelo fato de ter meu pai conosco. Logo depois do almoço, eu e
mamãe preparávamos os crostolis, se não tivesse não era a mesma coisa,
era lei, tinha que ter assim como o panetone tem que existir no Natal.
Mamãe
fazia a massa, esticava com o rolo e os cortava em tiras, e eu
dava-lhes a forma. Ela os fritava e eu passava-os pelo açúcar e canela.
Não, sem antes comer uma dúzia deles, e em cada um levava bronca de
mamãe, ela dizia que daquele jeito eu não teria fome na hora de ceia. A
noite, chegavam meus tios, tias, primos, vovó e vovô, a hora mais
gostosa, reunidos a volta da mesa, repleta de delicias, que cada um
trazia. O pernil tomava lugar de destaque, e mamãe fazia uma mesa menor,
onde era colocado os doces, muitas sobremesas deliciosas, mas la
estavam eles: Os crostolis. Mamãe dizia que foram feitos por mim e eu
ficava toda orgulhosa. Depois de tantos Natais juntos e felizes, tive
outros Natais, depois de adulta que foram muito significativos para mim,
assim como o primeiro Natal com minha filha nos braços, ela nasceu em
abril e nosso primeiro Natal, ela estava com 8 meses.
Para
mim o sabor dos crostolis, é o que mais me remete aos meus Natais
quando era criança. Sabor de aconchego, proteção, paz, harmonia,
cumplicidade e muito amor. Momentos que eu aprendia com mamãe, a arte de
fazer os crostolis, a arte de cozinhar.
Para
mim hoje, o Natal é um exercício de todos os dias, nos pensamentos,
palavras, sentimentos e ações, e não um simples evento festivo de
calendário. Particularmente acho que a Noite de Natal é a mais bela do
ano, pois reunimos a familia, em um clima de paz, bate papo, alegrias,
presentes, união, mas principalmente por ser a noite que festejamos o
nascimento de Cristo, para que assim, nunca nos esquecermos o
verdadeiro significado do Natal.
Ingredientes
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) rasas de margarina
1/2 xícara de leite
2 ovos pequenos
1 colher (sopa) rasa de fermento em pó
1 pitada de sal
essência de baunilha a gosto
Modo de preparo
Em uma bacia coloque a farinha e o açúcar. Misture bem. Acrescente aos poucos o restante dos ingredientes e mexa bem. Em uma superfície enfarinhada, sove bem a massa, até desgrudar das mãos. Faça uma bola e reserve na geladeira por 30 minutos.
Em seguida, divida a massa em 2 partes e abra com o auxilio de um rolo de macarrão. Abra formando um quadrado e corte em tiras de mais ou menos 2 dedos de espessura
Corte ao meio
E com o auxilio de uma faca, faça pequenos cortes no centro
Vire as pontas para o meio, e trance
Frite-os em óleo quente e passe-os pelo açúcar com canela a gosto
OBS: Se voce gosta bem crocante e com a massinha bem fina, abra mais a massa até ficar bem fina.
Aqui em casa preferimos ele mais grosso e consequentemente mais macio. Ficam deliciosos.
UMA EXCELENTE SEMANA A TODOS